Encontrei esta foto outro dia aqui, o que me fez lembrar desta outra aqui. Tudo isto traz de volta a velha pergunta que não quer calar: o que está acontecendo com os homens?
Mais um domingo na praia e algumas mulheres encontram-se por acaso; idades e ocupações diversas e repete-se a pergunta como num côro. Descobrir a resposta já seria tema de pesquisa científica e não é isto que pretendo agora. O problema é que toda esta situação se intensifica quando colocamos mais um ingrediente no caldeirão: o número de mulheres heteros e solteiras é infinitamente maior que o de homens na mesma condição. Este superavit gera uma carência feminina coletiva, quase uma calamidade pública.
O que fazer? Existem algumas alternativas sendo praticadas, como importação de namorados ou os sites de relacionamento (nem sempre confiáveis) que praticam o livre comércio do “amor ao seu alcance”. A primeira alternativa, mostra-se depois de algum tempo muito onerosa, um amor via ponte aérea que se inviabiliza pela distância/ausência e acaba com os dias contados; já a segunda traz inúmeras frustrações, além da possibilidade de golpes e enganos. Em paralelo, ainda existe toda uma questão comportamental, ou seja, as relações hoje em dia se esbarram na crescente propagação do individualismo que dificulta o envolvimento verdadeiro entre as pessoas. Estamos cada dia mais blindados, mais exigentes, mais auto-centrados e infelizmente, mais carentes. Estamos num beco sem saída, onde entramos por livre e espontânea vontade, mas de onde não conseguimos sair, apesar da urgente necessidade.
E foi divagando sobre tudo isto e andando por aí que descobri dois textos ótimos, um do Marcelo Gleiser e outro do Inagaki, que tratam de amor, tecnologia e solidão. Uma mistura com cara de ficção científica, mas que diante de um cenário amoroso tão desanimador estampa-se como uma terrível solução – amor e sexo com robôs.
Será que estamos predestinadas à solidão e por conseguinte a forjarmos artificialmente companheiros sob encomenda? Ou será que esta carência/falta a que somos impostas atualmente não seria um aprendizado sobre o verdadeiro sentido de amar?
[ Já existe um livro sobre o tema, veja: LOVE + SEX with ROBOTS ]