Arquivo da categoria ‘mulher’

Hoje eu conversava sobre mães e filhas com minhas amigas na hora do almoço, trocando figurinhas sobre soltar os laços em diversas situações: quando elas saem de casa para estudar fora, quando se casam, quando decidem morar sozinhas.

Estávamos, duas do grupo, vivenciando esta situação e constatávamos como é difícil soltar as amarras e deixar os rebentos voarem livres. É algo que vai contra a natureza e os instintos maternos que querem proteger e cercar as crias de cuidados.

Entretanto, mãezonas, quando o assunto é casamento, devemos tomar muito cuidado para não fazer como esta do vídeo… Melhor perder o controle do que o marido!! (risos)

[videolog 509437]

[ texto do vídeo de Luis Fernando Veríssimo ]

aaaaaaaaaaa-sorry

Encontrei esta foto outro dia aqui, o que me fez lembrar desta outra aqui. Tudo isto traz de volta a velha pergunta que não quer calar: o que está acontecendo com os homens?
Mais um domingo na praia e algumas mulheres encontram-se por acaso; idades e ocupações diversas e repete-se a pergunta como num côro. Descobrir a resposta já seria tema de pesquisa científica e não é isto que pretendo agora. O problema é que toda esta situação se intensifica quando colocamos mais um ingrediente no caldeirão: o número de mulheres heteros e solteiras é infinitamente maior que o de homens na mesma condição. Este superavit gera uma carência feminina coletiva, quase uma calamidade pública.

O que fazer? Existem algumas alternativas sendo praticadas, como importação de namorados ou os sites de relacionamento (nem sempre confiáveis) que praticam o livre comércio do “amor ao seu alcance”. A primeira alternativa, mostra-se depois de algum tempo muito onerosa, um amor via ponte aérea que se inviabiliza pela distância/ausência e acaba com os dias contados; já a segunda traz inúmeras frustrações, além da possibilidade de golpes e enganos. Em paralelo, ainda existe toda uma questão comportamental, ou seja, as relações hoje em dia se esbarram na crescente propagação do individualismo que dificulta o envolvimento verdadeiro entre as pessoas. Estamos cada dia mais blindados, mais exigentes, mais auto-centrados e infelizmente, mais carentes. Estamos num beco sem saída, onde entramos por livre e espontânea vontade, mas de onde não conseguimos sair, apesar da urgente necessidade.

E foi divagando sobre tudo isto e andando por aí que descobri dois textos ótimos, um do Marcelo Gleiser e outro do Inagaki, que tratam de amor, tecnologia e solidão. Uma mistura com cara de ficção científica, mas que diante de um cenário amoroso tão desanimador estampa-se como uma terrível solução – amor e sexo com robôs.
Será que estamos predestinadas à solidão e por conseguinte a forjarmos artificialmente companheiros sob encomenda? Ou será que esta carência/falta a que somos impostas atualmente não seria um aprendizado sobre o verdadeiro sentido de amar?


[ Já existe um livro sobre o tema, veja:  LOVE + SEX with ROBOTS ]

prinsapo

No fundo, no fundo, eu ainda espero o príncipe encantado(¹) que me levará para passear no seu corcel negro(²)… E, evidentemente, devo estar cansada, desmotivada, estressada, desencantada …ada, …ada, …ada, …ada

N.A.:
(1) homem heterosexual gentil, inteligente, bem humorado e apaixonado
(2) sim, eu tenho carro, mas estou exausta de ir dirigindo sozinha a todos os lugares (humptfff!!)

Para os que estão achando que surtei => (é provável) *risos*.
Entretanto, todos estão carecas de saber, eu inclusive (que não estou careca), que príncipe encantado não existe. E homem heterosexual disponível, hein, hein???  (Resposta nos comentários só se for positiva, rs)

Outubro Rosa é como ficou conhecido o Mês Internacional da Saúde Mamária comemorado em todo o mundo durante outubro. Nome também adotado pela blogagem coletiva organizada pela Sam Shiraishi e apoiada por Luma, com o objetivo de contribuir na luta contra o Câncer de Mama, doença que mata 10 mil mulheres por ano apenas no Brasil. Os dados fornecidos pelo INCA são alarmantes: quase 6 novos casos a cada hora! Já pensaram, são aproximadamente 135 mulheres que se descobrem com câncer de mama todos os dias?!

Para não fazer parte destas estatíticas é importante adotar uma postura preventiva, no caso fazer acompanhamento médico regular e o auto-exame uma vez ao mês. Recomenda-se fazê-lo após a menstruação e caso você não menstrue mais, escolha um dia e repita a cada mês sempre nesta data. O auto-exame é altamente recomendado pois cobre o intervalo entre as consultas periódicas ao mastologista dando a possibilidade de diagnótico precoce, muito importante no caso de tumores agressivos.

Veja como proceder:
Coloque-se frente ao espelho e com um dos braços apoiado sobre a cabeça, inspecione o seio com a mão livre e realize os seguintes movimentos:
* vertical – os dedos caminham para cima e voltam para baixo, cobrindo toda a mama;
* espiral – os dedos realizam movimentos concêntricos, indo da periferia da mama até o mamilo;
* quadrantes – os dedos vão do mamilo até a periferia e voltam subsequentemente.
Examine suas axilas.
Observe se há alterações no tamanho, na forma e no contorno de cada mama. Observe a pele, se há alterações de textura ou manchas.
Comprima seus mamilos gentilmente com os dedos polegar e indicador e observe se há saída de secreções.
Repita a operação nos dois seios. O mesmo processo pode ser feito no banho ou deitada.

O objetivo do exame é detectar:
-Presença de caroços (nódulos), mesmo indolores.
-Secreções saindo pelos mamilos, espontaneamente ou quando você aperta.
-Alterações na pele: espessamentos localizados, retrações, feridas e coçeiras.

Melhor prevenir que remediar:
Caso você encontre alguma das anormalidades citadas, lembre-se que é importante procurar seu médico o quanto antes. O Câncer de mama pode ser totalmente curado se a detecção for precoce. A postura preventiva é o melhor remédio, além do auto-exame mensal visite regularmente seu Mastologista e realize, conforme orientação médica, mamografia e ultrassom das mamas.
Mulheres pós-menopausadas e com histórico familiar de câncer de mama devem evitar a TRH tradicional e discutir com seu médico uma terapia alternativa.

Atenção, observe se você enquadra-se no grupo de risco:
-Idade acima de 50 anos
-Consumo regular de bebidas alcoolicas
-História familiar de câncer de mama
-Não ter filhos (ou não amamentar)
-Exposição significativa a raio X
-Primeira menstruação precoce
-Menopausa tardia (após 55 anos)
-Classe socio-econômica alta
-Primeira gestação após os 30 anos
-Dieta rica em gorduras (obesidade)
-Uso prolongado de anticoncepcional oral (discutível)
Se você enquadra-se neste grupo deve combater os fatores de risco principalmente se for pós-menopausada. Esta identificação permite a utilização de medicamentos preventivos, bem como um acompanhamento direcionado a seu caso.

Colabore e clique para doar uma mamografia:
Campanha Mamografia Digital Gratuita
(Apenas clique e contribua, não é necessário fazer mais nada, nem você vai pagar nada, são várias empresas que patrocinam esta campanha. A Vida agradece!)

Aproveite e participe da nossa enquete:

Mais informações:
INCA
Site do Câncer de Mama
Revista Mulher Consciente

Selo que os blogueiros (homens) lançaram em apoio à campanha:

[ fonte: blog do Cejunior / INCA ]

Dias de pólvora

Publicado: 15/08/2008 em comportamento, doidices, mulher
Tags:,

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Pneus furados. Ela desconsolada.

Acontecimento banal e corriqueiro que a fazia chorar copiosamente, com uma raiva incontida expressa aos soluços.

Um homem, ao lado olhando-a curioso, pergunta: “Tem um macaco?”  Ela vira-se descontrolada, olhos arregalados e grita: “Nesta selva, macacos não me bastam, preciso de um gorila!!”

O homem afasta-se abismado …

Coisas de TPM.

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Calma, calma… Não se assuste (ou se anime, rs), este não é um post pornográfico!
E não faça cara feia, anh… Sorria, você está sendo filmado!  [brincadeira prá relaxar após ler este título, rs]

Outro dia vi esta imagem no blog de um amigo e não contive uma gargalhada.
Eu não usaria este argumento, afinal os homens homossexuais gostam do mesmo que nós mulheres heteros e a palavra não é exatamente cu (sem acento, please), é uma palavrinha com tres, quatro ou cinco letras, começando com “P” e levando ainda outros singelos apelidos, rs.

No entanto eles gostam com outra atitude, de uma perspectiva diferente e portanto não os vejo como nossos adversários. São homens que interessam-se por outros homens reciprocamente e esta prerrogativa já os elimina do rol de nossos relacionamentos. Não se tem notícia que algum que optou por esta preferência tenha voltado para o lado de cá (o das mulheres heterossexuais) e se acaso voltasse me causaria desconfiança.

Enfim, mesmo que me desagradem as estatísticas, por outro lado me sinto aliviada que a cada dia eles declarem e pratiquem mais aberta e livremente suas preferências sexuais. Não me agradaria uma relação com um daqueles que ainda não teve a coragem suficiente de sair do armário.

Então, de forma bem simplista me pergunto, se é ‘bom’ ou ‘ruim’, para nós mulheres, que tantos homens optem pela homossexualidade? Poderia impulsivamente dizer que é ‘ruim’, mas estendendo um olhar crítico adiante, nas reformulações dos conceitos de relacionamento, percebo que vivenciamos uma transição, um momento de revolução e redefinição de hábitos e comportamentos ligados a sexualidade, e infelizmente concluo que nos cabe esperar, não passivamente, mas de forma reflexiva, atenta, adaptando-nos de alguma forma; mas por outro lado observo um movimento, daí vocês me perguntam “Qual?“, e eu digo que não sei se é impressão minha, mas o número de homens heteros (comparando com alguns anos atrás) tem escasseado bastante, enquanto uma “multidão” (exagerando um pouco, rs) de homens gays desfila por aí noite e dia.

Qual a solução?
Eu também me pergunto sempre meninas, pensando que com certeza não é a que a figura do post supõe.
Alguém aí tem alguma?

[ Em tempo: eu simplesmente ADORO meus amigos gays (nada contra), são divertidíssimos, alto astral… e a causa disto, segundo afirma meu amigo Lázaro R (que é hetero), é aquela palavrinha mágica que começa com “P” … é, aquela mesma do começo do post, rs! ]

( foto capturada daqui )

[inspirado num comentário que fiz outro dia neste post no blog do Gustavo Gitti]

Não acredito que um dia repentinamente nos tornemos Mulher.
Existe uma mulher dentro de cada uma de nós, desde que nascemos e ela vai brotando, desabrochando, florescendo devagar e sempre…

Brinca de casinha, de boneca, de médico. Rouba as roupas, sapatos, enfeites e batons da mãe e se projeta lúdica, diante do espelho, curiosa, premeditando o futuro.

Se espanta diante das transformações que o tempo vai imprimindo no seu corpo, os pêlos, as protuberâncias, os fluxos. Perplexa diante da descoberta das paixões, do sexo, das próprias contradições; do ritmo confuso dos hormônios que por diversas vezes comandam implacavelmente, noutras os sentimentos à flor da pele que desaguam sem nenhum aviso prévio.

Dores e delícias, ventre sagrado, coração imenso, um campo farto de amores: filiais, fraternos, maternais, românticos… A garra e a sensibilidade sempre juntas, uma força sutil e pujante; a insegurança e o medo convivendo o tempo todo com confiança e força.

Fazemo-nos mulher aos poucos, às vezes lenta, noutras intensa, mas sempre permeada pela imperfeição, esse liame que deseja ser imperceptível, mas que no fundo é a causa mais forte da nossa (in)completude.

É assim, creio, que nos tornamos Mulher, dia após dia.

(foto: Yoyce Tenesson)

[blog-amigas, tem novas indicações na página SELOS, passem lá prá conferir!]

rodrigo-roll.jpg

[Momento ‘Caras’ e ‘Bundas’… ou vocês pensam que a mocinha aqui só pensa em meio ambiente, fazer poesia e refletir sobre a vida? Pois é, Rodrigo Santoro está solteiro novamente, garantem as matildes de plantão, e eu aqui morrendo de arrependimento.  Já faz um tempo que tudo aconteceu… Será que ele se lembra? Rodrigooooooooo, eu também estou solteira nêgo!] 

Foi numa época em que ele era um garoto franzino, mas já prometia tornar-se este ‘mau caminho’ inteiro de hoje. Para evitar maiores frustrações, quando me vi naquela inusitada situação – nosso avião despencou dos céus e eu me salvara do acidente junto com ele – decidi optar pela indiferença, já que estávamos só nós dois assim ‘lost’ naquele pedaço desconhecido do mundo. Calado e desconfiado, ele parecia um bicho de 7 cabeças e, certamente, sentiu grande alívio ao me ver fingindo que ele era um Zé ninguém. Eu, ao contrário, fazia enormes sacrifícios para deixá-lo em paz enquanto me beliscava prá conferir a veracidade da situation.

O tempo foi passando e devido à vida dura, aquele jovem magrinho foi ficando forte, bronzeado, com um ar selvagem, barba mal feita e um aroma corporal hiper natural. Estas coisas de ilha deserta, onde a vida não é nada fácil. Sair à procura de alimento, subir em coqueiros, procurar lenha, fazer fogo, carregar pedras, pescar, cozinhar, tentar construir jangadas e montar cabanas improvisadas que o vento insistia em derrubar. Eu estava me sentindo a própria mulher das cavernas e ele já pensava em puxar meus cabelos, reflexos do isolamento, solidão a dois, sol na cabeça e muito frio durante a noite.

Impossível não criar intimidade numa situação destas, a batalha diária para manter-se vivo nos aproximou. Já estávamos íntimos mesmo, aquela intimidade da convivência, de cooperar, de rir junto, de se aborrecer e brigar também. Em determinados momentos era difícil entrar num acordo, meu jeito controlador se irritava com aquela personalidade leonina de estrela “sei tudo, sou o melhor”, apesar da leve modéstia que no fim tudo salvava. Mesmo assim era excitante esta guerra de egos que aproximava muito mais que afastava. Já sabia que ele roncava horrivelmente e ele era vítima de meus pontapés noturnos, tudo na mais santa convivência…

Muito trabalho de dia e noites estreladas, lua no céu, papo na areia junto à fogueira, ou noites úmidas de muita chuva e frio com direito a abraços necessários, fortes e quentinhos. Ocupávamos nosso tempo livre em contar nossas histórias de vida um para o outro. Vários ‘climas’ tinham pintado, beijos, mãos bobas, outras nem tanto, e só! Para quebrar o gelo, nem música, nem álcool, nem qualquer espécie de droga, só a fome dos hormônios que crescia a cada dia. O que foi?!! Estão pensando que estou na Lagoa Azul!?? Nananinanão! Nada de olhos azuis, cabelos louros levemente despenteados, nem maquiadores e figurinistas de Hollywood. Certos dias eu queria morrer, aquele cabelo que parecia uma palha, a pele nem se fala, as unhas uma lástima, e a depilação… que depilação fia!? Nestas horas, lógico que eu evitava pensar em Luanas e Ellens. Socorro! Era o que eu queria gritar.

Foi num destes dias quando eu sonhava com o mundo maravilhoso da cosmética, que Rodrigo parecia mais ousado, um olhar faminto e o ar pairava elétrico, carregado daquela energia masculina que faiscava. O dia foi uma lástima, várias discussões, o vento destruiu a cabana, eu estava uma pilha, ele sem paciência, ambos irritados. Eu pensava em cremes, máscaras faciais, massagens capilares, numas sessões de massoterapia e yoga. Estava de saco cheio de dormir mal, acordar cheia de areia pelo corpo, com a pele irritada e fustigada pelo capim, de usar pedras para lixar as unhas ou aparar cabelos e usar plantas xerófilas para massageá-los inutilmente, além daquela polpa de coco melificada numa tentativa mirabolante de hidratar a pele. Pqp, como mulher é um bicho chato, sofre à toa!! Enquanto isso, ele contentava-se em prender o cabelo com um fio de palha, aparar a barba com lascas de pedra e continuava lindo, perfeito e selvagem com aquela pele áspera e bronzeada, aqueles músculos naturalmente adquiridos e na cabeça a única preocupação que ocupa a mente masculina, toda vez que me olhava semi nua dentro daqueles farrapos que restaram da minha roupa.

Aquela noite caiu pesada e abafada, um calor terrível, meus seios doloridos e inchados, uma cólica insuportável, aquele monte de areia sobre a palha, os mosquitos zunindo no meu ouvido e picando meus tornozelos, uma irritação crescente com tudo à minha volta, uma p*** vontade de gritar e chorar. Faltava nada para eu explodir no vulcão da minha tpm, quando ele veio se encostando em mim, tocando meu pescoço e afastando meus cabelos com a ponta do nariz, não agüentei e bradei irritada: “putz, que calor insuportável, dá para você deitar lá do outro lado?” Ele me olhou abismado e ainda tentou ensaiar uma insistência, mas eu me sentia um bicho, olhei feio e o empurrei sem paciência. Acreditam (a criatura aqui tinha pirado na batatinha)?!!
Fui dormir, e ai de quem tentasse me dissuadir disto!
Ao abrir os olhos na manhã seguinte, pensei que tinha surtado, olhei para o lado e ele não estava lá, mas ‘pollyanamente’ na insanidade da tpm me conformei, estávamos perdidos mesmo ali, quem sabe para sempre, daí pensei: “ah, melhor assim, só porque ele é o Rodrigo Santoro e ‘se acha’ está pensando que vai ser fácil (humptf) ?!!”

Mais um dia começava e, perto da praia, ele fitava o horizonte, eu o observava de longe tentando escapar de sua ira masculina. De repente ele gritou, apontando: “um barco, olha, ali!”, veio correndo, me abraçou empolgado e disse “estamos salvos!”. Rimos nervosos e começamos a gritar, pular, abanar as mãos, fazer sinais de fumaça. Por sorte o barco passava nas proximidades da costa e nos viu.
No momento que o homem tentava ancorar perto da praia, minha ficha caiu… Quando ele desceu e veio ao nosso encontro, mordendo os lábios eu quase disse: “oh moço, dá para voltar mais tarde?”

Rodrigo ria quase sem acreditar na possibilidade de voltar para casa, eu tentava parecer feliz (sorriso amarelo sem graça), mas na verdade queria era chorar só de pensar na noite anterior. Pqp, que salão de beleza que nada!! Maldita tpm! Burraaaaaa!!

Será que o mesmo raio cai duas vezes no mesmo lugar??

[Gente, eu juroooo (dedos cruzados nas costas) que é verdade!]  😀

[Este post foi linkado AQUI !!]

Lição de Mulher

Publicado: 07/03/2008 em comportamento, mulher, reflexões

 

                       [Uma reflexão no Dia Internacional da Mulher]

Sou alguém que nasceu e cresceu num mundo de força e poder femininos. Fui menina de olhos esbugalhados e orelhas grandes que floresceu cercada desta força. Via minha mãe, diariamente, comandando e nutrindo nossa família. Ia à escola e presenciava outras mulheres, protegidas num hábito negro, no comando de uma grande instituição.

Cresci acompanhando estórias de mulheres fortes e sensíveis, corajosas e engajadas. Mulheres como Leila Diniz, Frida Kahlo, Simone de Beauvoir, Pagu, Madre Tereza …
Cresci dentro desta forte perspectiva feminina e foi extremamente natural para mim enxergar o mundo através da ótica deste sutil poder. Algo tão divino quanto paradoxal. Ao sair do meu universo particular, me lancei ao mundo e deparei-me com nossa sociedade dita machista. Naquele dia, eu adolescente, entre gloriosa e dolorida, percebi que viveria para contestar o “mundo dos homens”.

Naquele tempo também percebi algo contraditório na essência masculina, algo que não combinava com a imagem de força que lhes era imposta. Percebi a fragilidade masculina que se escondia por trás da dolorosa máscara de frieza e força. Afinal não é fácil ser macho, é preciso demonstrar insensibilidade, ser infalível, forte e poderoso o tempo todo!

Pois é, nem sempre é divertido ser homem. Imagine que eles não têm o direito de chorar. Devem enterrar os filhos ou os pais impassíveis. Não podem dizer “eu te amo” com naturalidade, nem demonstrar docilidade; escutam desde pequenos: “ora, isto não é coisa de homem!”.
É sabido: Homem não chora. Homem não diz que ama com todas as letras, apenas responde “eu também”. Filmes? Nada de comédia romântica, só aqueles com muita ação e sangue para todo lado. Homem não pode dizer que sente medo, nem que sente dor. Homem não se perde nem fica perguntando onde fica “tal” lugar. ‘Homem que é homem’ não pode usar camisa nem calça rosa, imagine a cueca então! Homem nunca é traído, neste delito nunca é vítima e sim vilão. ‘Homem que é homem’ nunca brochou. E se acontecer? Existe a frase salvadora: “isto nunca me aconteceu antes”.

Realmente, desta forma, ser ‘homem’ não é nada fácil! Uma tarefa hercúlea, eu diria.
Mas, felizmente, a cena não é tão heróica como aparentou ser, e podemos ver por aí muitos homens libertando-se deste fardo e permitindo-se fortes de uma forma mais leve e humana. A força que permite fraquezas, que convive com fracassos, à qual me referi no início deste texto, a força inteligente e sutil do feminino.

Ei garotos, estamos aqui! Qualquer coisa, gritem!! E podem chorar também … não dói nada.

** [Leiam o desabafo muito pertinente do Cejúnior.] **

(foto: J. P. Souza)