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O dia

Publicado: 13/03/2010 em poesia
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(foto: Gary J S)

De repente o tempo parou… estanque, calmo e tenso.
No dia branco, um céu de puro azul, asas velozes quebravam a monotonia.
Apenas um olho preto tudo via.
Tranças, sorrisos, a claridade da manhã estourada na roupa branca, nos dentes que riam.
Sonhar, agora poderia, ousar, cogitaria.
Olhou em volta, sentiu-se tão só… Pela frente uma promessa, um desafio.
Fechou os olhos feliz e jogou-se na morena manhã de coração aberto.

Interseções

Publicado: 16/12/2009 em poesia
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Nas ruas descruzadas, vagavam
Viram-se sem saber
De pura imaginação, gostaram-se
Viveram alheios
Consumiram-se sem um fim
Perderam-se num vazio
Esqueceram-se enfim
Distantes agora
Procuram lembrar-se

Árido

Publicado: 22/07/2009 em poesia, reflexões
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quando ela chegou
com o aroma das flores
trouxe perfume e cor
à sua vidinha árida
de deserto sem oásis

agora sozinho se perguntava
contemplando ao redor
daquele campo desfolhado
se teria sido pura ilusão

tudo parecia lavado
por um detergente biodegradável
restaram apenas
vestígios de espuma
e algumas chances de semente

(foto: Manuel Sardinha)

Enquadramentos

Publicado: 11/06/2009 em poesia

janelas que descortinam
pelos meus olhos se imaginam
uma doce novidade
ou uma estabelecida realidade
não querem saber
conhecer ou entrever
desejam apenas contemplar
sorver e se encantar
por ela podem recriar
mais uma vez renovar
ou apenas simplesmente
docemente sonhar

(write in jan/2007)

(foto: Vitaly Bakhvalov)

 

super nova
ela é uma estrela

de cinema?
não!

o cinema é uma ilusão
a vida imita a arte
e ela?
não quer nada disso não!

brilha no escuro
gota sobre a face
na sala de projeção

sai da tela
se projeta
outro brilho
nova edição

.

sem idéias
meio ôca

existe o vazio?
penso no ôco do côco
um ninho de água
a água se espalha
se molda suavemente: adaptação
mata a sede e refresca

o côco é verde
e o verde?
esperança!
me sinto ecológica
abraço a natureza
esperançosa

a polpa é branca
penso na paz
me espalho
no verde
em paz

olha!
idéias brotaram
do vazio branco
e fertilizadas pelo verde
espalharam-se

FusÃo

Publicado: 04/07/2008 em eróticas, imagéticas, poesia
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.

tocar-me

não precisas

inundada em mel

derreto docemente

olhando tuas pupilas

dilatadas

pretas e encantadas

fixadas em mim

.

(foto:  Robin Derrick)

o beijo – KLIMT

Ele queria segui-la …

… ela inventou um mar no seu rastro e sobre ele um barco. Ele navegou.

E ele quis enxergá-la …

… ela inventou a lua cheia clareando a noite da sua angústia.

Ele desejou não ser mais só …

… ela mostrou-lhe a dor de enfrentar os seus medos.

E enfim, ele quis ser feliz …

… ela então abriu-lhe os braços diante de um abismo e ele se lançou.

.

[dedicado ao meu querido blog-amigo ‘Mariposo L que me disse que acha poesia triste… rs]

.

narede.jpg

sábados gosto tem
chapéu de palha
preguiça que se espalha
na varanda
rede que vai-e-vem

a crista da onda
respingos na areia
pé descalço vagueia
tarde vagabunda
e você aí
preso na segunda

.

** Amo sábados, têm gosto de férias, domingos são puro tédio… já nas segundas preciso de anestesia **

[BLOG-AMIGOS, tem indicações na página SELOS, passem lá e confiram]

Leia ouvindo ‘Alívio‘ (Cibelle Cavalli)